segunda-feira, 29 de junho de 2009

Gloriosa!

Marilia Pera, Eduardo Galvão e Guida Vianna. Inesquecivel.....



Quem foi Florence Foster?

Florence Foster Jenkins era a piada mais popular de Nova York nos anos 40 do século passado. Os ingressos para os recitais anuais que protagonizava no Hotel Ritz eram disputados a tapa. No meio de seu público, podiam ser reconhecidos Cole Porter e Noel Coward. A eles, ela oferecia um repertório caprichado — Mozart, Verdi, Strauss — com uma peculiaridade: conseguia as piores interpretações que estes compositores já tiveram em toda a História. Florence cantava mal. Muito mal. Tão mal que ganhou o apelido de "a diva do grito". 
Nascida em 1868, Florence, desde criança, manifestou o desejo de seguir a carreira de cantora lírica. O pai, um banqueiro bem-sucedido, ao notar o resultado das primeiras aulas de canto da filha, recusou-se a continuar pagando seus estudos. Florence não desistiu. Aos 17 anos, fugiu de casa para continuar dedicando-se à arte de cantar. Casou-se, descasou-se e ficou na pior até o pai aceitá-la de volta, com a condição de que renunciasse ao canto. Ela topou e foi assim até completar 41 anos, quando o pai morreu e Florence herdou grande parte de sua fortuna. Não havia mais empecilho algum para mostrar ao mundo sua indomável voz de soprano.
Três anos depois, ela já estava dando seu primeiro recital anual. Tinha inquebrantável segurança de seu talento e dispunha-se a cantar as árias mais difíceis do repertório clássico. Em 1934, conheceu o pianista Cosme McMoon com quem formou uma dupla até o fim da vida. Neste período, manteve o recital no Ritz, agora com McMoon — ela vendia os ingressos pessoalmente para evitar a presença de jornalistas — e gravou dois discos. A renda ia sempre para instituições de caridade.
Aos 75 anos, viajando num táxi, sofreu um acidente no trânsito. Os amigos tentaram convencê-la a processar o motorista. Ela preferiu enviar-lhe uma caixa de charutos. Adquiriu a crença de que, depois do desastre, conseguia emitir um fá maior melhor do que nunca. Os amigos temeram também a gravação dos discos. Acreditavam que, se ela se ouvisse, perceberia o quanto cantava mal. Mas Florence não se deu conta. Achava que os discos revelariam seu talento para gerações futuras, seriam como um souvenir de sua arte.
Tinha 76 anos quando aceitou se apresentar a um público maior que o dos recitais no Ritz e estrelou um concerto no prestigioso Carnegie Hall. Feito o anúncio, os ingressos se esgotaram em poucas horas. Mais de duas mil pessoas voltaram da porta do teatro, na noite de 25 de outubro de 1944. Quem viu garante que foi uma apresentação inesquecível. E interminável. Entre uma música e outra havia intervalos enormes para Florence mudar de figurino. Sua roupa com asas — ela chamava de "Angel of Inspiration" — tornou-se um clássico. Conta-se que a atriz Tallulah Bankhead riu tanto durante a apresentação que teve que ser retirada do teatro.
Um mês depois do concerto, Florence morreu. Há quem atribua a morte à depressão por, enfim, dar-se conta da reação do público e da crítica.






Teatro Procópio Ferreira (670 Lugares)
Rua Augusta, 2823 – Jardins.
Tel.: 3083.4475
Horário da bilheteria: de terça a domingo das 14h as 19h,
ou até inicio do espetáculo em cartaz.
Ingressos por Telefone: (11) 4003.1212
www.ingressorapido.com.br

Quinta e Sábado às 21h; Sexta às 21h30; Domingo às 18h
Ingressos: Quinta R$ 70; Sexta e Domingo R$ 80; Sábado R$ 90

Duração: 105 minutos
Recomendação: 12 anos

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