domingo, 25 de setembro de 2011

Eu Era Tudo Pra Ela e Ela Me Deixou


A comédia "Eu Era Tudo Pra Ela e Ela Me Deixou" está em cartaz no Teatro Faap e tem tudo para se tornar o grande hit teatral do momento. No palco Marcelo Médici e Ricardo Rathsam são dirigidos pro Mira Haar e texto de Emilio Boechat - Comédia das boas, de gargalhadas fáceis (essa parte fica por minha conta) - Conta a historia de Samuel que foi "largado" pela esposa Dóris e na procura de um lugar para se estabelecer encontra algumas portas fechadas e outras abertas demais!
Em seu caminho ele cruza com varios personagens interpretados magistralmente por Médici (09 no total), desde a mãe nada amável, o colega de trabalho que ele esnoba e que tem vida dupla, até um ladrão, uma prostituta, um bebado e outros que eu faço questão que voce saia de casa e vá ao teatro e tenha o prazer de ver esta comédia divertidissima.
Este blog tá ficando meio "insuportavelzinho" e conseguiu com exclusividade uma entrevista com os atores Ricardo Rathsam e Marcelo Médici. Confiram aí:

Ricardo Rathsam

1) Voce dirigiu o Marcelo Medici em "Cada Um com Seus Pobrema" . Como é contracenar com ele?


O Marcelo é a pessoa mais divertida e fácil de trabalhar que eu conheço. Quando era seu diretor (por menor que fosse minha experiência em relação a dele), ele se mostrava absolutamente disposto a ouvir uma indicação, a realizar uma idéia proposta. Nunca tivemos qualquer atrito ou divergência durante o "Cada Um Com Seus Pobrema". Principalmente porque além de compartilharmos do mesmo gosto pra humor, sempre existiu o respeito na hora trocar opiniões, o carinho mútuo no trabalho e a recíproca admiração profissional Contracenar com ele é ainda mais divertido. Marcelo é extremamente generoso. Claro, ainda mais depois de anos de sucesso fazendo um espetáculo solo, ele sabe muitíssimo bem conduzir a platéia inteira sozinho, mas ele não tem essa vaidade de foco. Em "Eu Era Tudo Pra Ela E Ela Me Deixou" existe o jogo entre os dois atores, presente do começo ao fim. E isso é o que faz o espetáculo funcionar tão bem e o público acreditar nos apuros vividos por Samuel. Marcelo não divide apenas o palco comigo. Ele divide cada cena, falas, intenções.. Compartilha todo seu talento comigo e com o público presente.



2) Seu papel em Insensato Coração (Alvaro) foi curto mas de extrema importância. As pessoas te reconhecem deste papel? E o que voce acha que ficou de lição?



Quando a sua imagem ou nome não é publicamente conhecido, as pessoas te reconhecem como o "fulano que é patrão do Kleber, lá naquela novela... qual o nome mesmo?", apenas durante o tempo que você está no ar.
Nesse período acontece de uma ou outra pessoa te reconhecer, vir falar contigo, mas principalmente de te olharem estranho achando que te conhecem de algum lugar mas não lembram onde. Eu que sou extremamente tímido confesso que me sinto até mais confortável em permanecer anônimo. rs
Agora está começando a acontecer de pessoas virem falar porque reconheceu do teatro. E isso é o máximo! A aproximação com o público de teatro é muito elegante, respeitosa.
Sobre a personagem que me chamaram em Insensato Coração, a idéia era propor o tema da homofobia, apresentando o lado preconceituoso da personagem do Cassio Gabus com o conflito que tinha com seu chefe (Alvaro). Fui brifado que minha personagem era gay, mas nada 'efeminado'. Era um cara jovem que havia se tornado editor de um grande jornal, e por isso tinha que demonstrar força que justificasse ter um cargo acima do experiente jornalista machão. Porém, estamos vivendo uma época em que a censura se ancorou no politicamente correto, e os retrógados de plantão ganharam força. No caso de Insensato, muitos foram os comentários "Tem muito viado nessa novela!", "É uma novela gay?", "Não acho que seja um bom exemplo pros meus filhos...". E isso acabou refletindo não só no meu núcleo, mas em outros. Algumas coisas foram editadas, outras remanejadas pra ficar mais light, digerível pros telespectadores. Mas de qualquer forma a discussão foi levantada, e pra mim foi um prazer fazer parte desse trabalho. Quando me via contracenando com o Cassio (uma pessoa extremamente querida), sendo dirigido pelo mestre Dennis Carvalho, interpretando um texto do genial Gilberto Braga, a sensação era de brincar de "Vale Tudo", novela que estava sendo reprisada na mesma época e que também sou fã.



3) O que tem do Ricardo neste personagem, o Samuel?



Samuel é um personagem cheio de defeitos... Ele mente bastante, é egoísta, ensimesmado, tem ataques de agressividade, se faz de vítima. Felizmente não tenho nem um pouco dessa sovinice, e TENTO não me vitimizar e controlar a agressividade... rs. O que mais me identifico com essa personagem é quando ele se mostra ingênuo. Ele é um crianção, e eu também sou muitas vezes. Otimismo também pode ser uma característica em comum. A diferença é que Samuel crê que tudo está bem por pura falta de noção. Espero que eu seja um pouco mais consciente que ele. rs



MARCELO MÉDICI



Pode-se dizer que vc está ficando um expert em fazer vários personagens e trocar de roupa constantemente?


- Acabou sendo uma coincidência. No solo Cada Um Com Seus Pobrema, a troca é feita no palco, o figurino se transforma para cada personagem, e são acrescidos de adereços próprios. Em Irma Vap, a questão da troca é exigida pelo texto, o espetáculo é concebido para dois atores que se revezam em todos os personagens. Já o Eu Era Tudo Pra Ela E Ela Me Deixou, foi escrito para cinco atores. O desafio foi grande! Além das trocas, tive que "desviar" de personagens que já fiz. É sempre difícil, e se um ator se achar expert em qualquer coisa, já dançou... Se cada apresentação é diferente da outra, imagine um espetáculo. Se não houver desafio, não tem nem graça.


A sua confiança neste texto é muito grande e que vem agradando o publico em cheio. Qual a diferença da primeira montagem para esta?


- Fico feliz em saber que foram duas montagens boas e absolutamente diferentes. A primeira, foi dirigida pelo Ariel Moshe e ficamos em cartaz pouquíssimo tempo... Mesmo indo bem de público, pouca gente viu. Era eu com quatro atores muito talentosos (Amadeu Lamounier, Andrea Bassitt, Mika Winiaver e Ricardo Leitte), mas era uma outra proposta de espetáculo. Não havia cenário... Na montagem atual, o clima "noir" ficou mais acentuado, o cenário é presente, além do fato de eu fazer todos os personagens que encontram com o protagonista Samuel. Temos também a direção feminina de Mira Haar, olhar esse que nos foi fundamental.


Dos nove personagens que você interpreta neste espetáculo, qual deles chega mais perto da alma do Marcelo?


- Nenhum. E todos. Em qualquer personagem que faço, existem milhões de referências: filmes e peças que assisti, pessoas que conheci, músicas e histórias que ouvi, tudo isso junto e misturado. Mas claro, todos passam por mim.
Acho todos precisam de alguma forma, estar próximos a minha alma, caso contrário não existiriam. A comédia também pode ser canastrona, rs...


Eu Era Tudo Pra Ela e Ela Me Deixou

Com: Marcelo Médici e Ricardo Rathsam

Direção: Mira Haar

Texto: Emílio Boechat

Ingressos

Sexta 21h30, R$50,00(inteira) e R$25,00(meia-entrada)
Sábado 21h00, R$70,00(inteira) e R$35,00(meia-entrada)
Domingo 18h00, R$60,00(inteira) e R$30,00(meia-entrada)

Duração: 75 minutos

Classificação Etária: 14 anos

Bilheteria:
quarta a sábado, das 14h às 20h
domingo, das 14h às 17h

Antes de começar a peça a trilha sonora é uma delicia e qual minha surpresa que uma das musicas que eu considero mais lindas esta ali. Trilha do filme: "Os Embalos de Sábado Continuam" - Cynthia Rhodes - Finding Out The Hard Way -

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